terça-feira, 23 de junho de 2015

Bienal de Veneza - 2015

BIENAL DE ARTE EM VENEZA                                   

Por Carla Camuso


A Bienal de Veneza reúne o que há de contemporâneo no mundo das artes desde 1895, quando recebeu em sua inauguração nada menos do que 224 mil visitantes, na presença dos reis Umberto I e Margherita di Savoia. Foi objeto de repúdio em 1910 do famoso artista futurista Marinetti,  que organizou um lançamento de panfletos anti-Bienal na Praça San Marco.  Em contrapartida, registrou as primeiras grandes aparições internacionais, uma sala dedicada à Klimt, uma equipe dedicada a Renoir, uma retrospectiva dedicada a Courbet... e por aí vai.

Em 1920 houve a primeira presença de avant-garde na Bienal (impressionistas, pós-impressionistas, Die Brücke) e em 1922 apresenta a primeira retrospectiva de Modigliani, e uma exposição de escultura de artistas africanos. No prédio em que abriga a exposição, foi inaugurado o Instituto Histórico de Arte Contemporânea, o primeiro grupo dos acervos arquivísticos da Bienal.

A Bienal leva a natureza multidisciplinar desde essa época. É lá que surge o Festival Internacional de Música Contemporânea, Festival Internacional de Cinema, Festival Internacional de Teatro de Prosa que se destacam entre os mais antigos, além da Mostra internacional de Arquitetura e Bienal de Dança.

A Bienal é instalada em numerosos pavilhões representando os artistas e os diferentes países convidados. 

É possível verificar um pouco da Exposição no link:  Bienal de Veneza 2015

E o BRASIL na Bienal?

O Brasil iniciou sua participação oficial em 1950, tendo a sua primeira representação brasileira composta exclusivamente por artistas identificados com o Modernismo, o que demonstra a ampla aceitação e legitimidade por ele alcançado no país. Participaram, então, nomes já consagrados, incluindo alguns da geração de 22, e também artistas mais jovens, que só então começavam a se destacar no cenário nacional, a exemplo de Vítor Brecheret, Flávio de Carvalho, Di Cavalcanti, Cícero Dias, Bruno Giorgi, Roberto Burle Marx, José Pancetti, Cândido Portinari e Alfredo Volpi.

Mas um Pavilhão exclusivo para o Brasil só foi construído em 1964. A partir de 1995, a responsabilidade pela escolha dos curadores e artistas foi outorgada pelo governo Brasileiro à Fundação Bienal de São Paulo, reconhecimento da grande importância da instituição – a segunda mais antiga no gênero em todo o mundo – para as artes visuais do país. Desde 95, as participações brasileiras no evento são organizadas em colaboração conjunta entre o Ministério das Relações, o Ministério da Cultura e a Fundação Bienal de São Paulo - responsável pela escolha do curador e produção das mostras.

Esse ano, nossos representantes foram o André Komatsu, Berna Reale e Antonio Manuel, artistas selecionados pelo curador Luiz Camillo OsorioÉ Tanta Coisa Que Não Cabe Aqui, é o título da mostra em que os três construíram um lugar de aprisionamento como crítica a uma falsa liberdade em que transita o indivíduo contemporâneo.
É como se o trio dissesse que para, sermos livres, precisamos estar trancafiados num espaço cirurgicamente limpo, falso, montado por nossa imaginação, na estética do “condomínio”, citando Christian Dunker.

A artista Berna Reale


Há  o aprisionamento do outro, na pobreza econômica, na violência física, social e cultural, que é uma maneira de garantir nossa própria e mesquinha sobrevivência. Cada trabalho dialoga entre si e com o resto das obras da mostra central no Arsenal, onde esta ideia de desordem aparece explícita em criações de artistas do mundo todo.
http://brasileiros.com.br/wp-content/uploads/2015/05/veneza21.jpg
Antonio Manuel em sua instalação “Nave” (2015), no Pavilhão do Brasil, da 56ª Bienal de Veneza/Foto: Patricia Rousseaux




















 A 56ª Bienal, intitulada "Todos os futuros do mundo" teve como diretor Okwui Enwezor. Na complexidade de um evento, como a Bienal de Veneza, o visitante deve se predispor a fazer suas leituras e considerações.

http://static.glamurama.uol.com.br/2015/05/tamanho-obra-1.jpg
Nave”, de Antônio Manuel, exposta na Bienal de Veneza deste ano.                                           Crédito: Glamurama
Além dos três artistas do pavilhão brasileiro, Vik Muniz também entra de forma engajada na Bienal de Veneza, mas em outro espaço. Ele ancorou em frente ao Palácio Brandolini um barco feito com a primeira página de um jornal de 14 metros de comprimento. A obra, chamada Lampedusa, é de madeira adesivada por páginas de jornais italianos do dia seguinte ao da tragédia ocorrida em outubro de 2013, quando um barco que levava imigrantes ilegais da Líbia naufragou na costa da ilha italiana de Lampedusa.

aaa
Barco de Vik Muniz na Bienal de Veneza.                                      Crédito: Instagram

Para que tem disponibilidade para visitar, segue o endereço.  A exposição fica aberta até o mês de novembro!


56ª Exposição Internacional de Arte – la Biennale di Venezia
Quando: de 9 de maio a 22 de novembro de 2015
Onde: Giardini Castello, Padiglione Brasile, 30122 – Veneza, Itália




FONTES:
FUNDAÇÃO BIENAL. Arquivo Histórico. Bienais de Veneza.   
LA BIENALE DI VENEZIA (site oficial).
COUTO, André. Bienal de Veneza http://brasileiros.com.br/2015/05/artistas-dao-toques-finais-no-pavilhao-brasileiro-em-veneza/
DW. Made for Mind . http://www.dw.com/pt/as-principais-atra%C3%A7%C3%B5es-da-bienal-de-veneza-2015/av-18478992
GLAMURAMA - Pelo Mundo : http://glamurama.uol.com.br/politica-e-inspiracao-de-artistas-brasileiros-na-bienal-de-veneza/#1
ROUSSEAUX Patricia. http://brasileiros.com.br/2015/05/artistas-dao-toques-finais-no-pavilhao-brasileiro-em-veneza/

Nenhum comentário:

Postar um comentário